A surpresa foi mais ou menos assim ...
Avisei marido que havia chegado a hora, pensei que ele ao menos uma vez na vida fosse se desesperar, mais que nada (marido é de uma calma absurda). Esperei meu pai sair para o serviço para dar a notícia a minha mãe, isso por volta das 7:20h ( é que meu pai é muito nervoso, logo iria querer me levar logo a maternidade, e eu preferia ir quando tiver mais intensa a dor, porque é o que todos dizem pra deixar pra ir quando tiver meeesmo na hora, e também eu detesto hospital, aquele cheiro hm... enfim! ) Fui ao banheiro novamente, quando voltei dei a notícia a minha mãe, (- Mãe tem gente avisando que quer nascer). Minha mãe entrou em curto. Não raciocinava mais. Andava pra lá e pra cá, entrava no quarto pra banhar, no banheiro pra se vestir e por ai vai.
Por volta das 9:40h as dores ficaram intensas, chegou a hora então de ir para a maternidade, minha mãe liga para o meu pai vir que estava na hora, meu pai em menos de 10min. chega. (Nervoso claro), meu pai foi chutado pra maternidade. (São Luís e buracos são íntimos, então me imagine dentro deste veículo.)
Nos dirigimos para a maternidade mais próxima, lá me examinaram e eu estava com 3cm de dilatação. Porém na maternidade estava sem leito, me puseram em uma ambulância (a sensação mais estranha do mundo) e me transferiram para outra maternidade, o motorista da ambulância em uma calma absurda (pra não falar o contrário) acho que ele não sentia os buracos e muito menos sabia que havia uma cidadã em trabalho de parto ali dentro dentro, enfim.
Chegando na outra maternidade, eu estava com dores já “suportáveis” se é que assim posso dizer, me examinaram novamente e nesse pequeno espaço de tempo eu cheguei lá com 4cm de dilatação, lá minha bolsa estourou e me puseram um pijama lhindo (#sqn) e me transferiram pra sala de pré-parto (onde todas as gravidas se reúnem para comparar suas dores rs’), minha mãe foi quem me acompanhou a todo instante, porque marido não podia, quando eu cheguei, não havia nenhuma lá, minutos depois chega uma jovem como eu, sentindo dores desde a 00:00h do dia anterior, gente, eu estava mais preocupada com a menina do que comigo mesma.
Chegou a fisioterapeuta, trouxe um sonzinho e uma bola, eu olhei pra cara dela, com cara de “- Filha, eu não estou afim de ouvir música agora, me deixe sentir minha dor em silencio, obrigado.”
Mas ela colocou um som de natureza, pássaros cantando, nossa foi tranquilizante, calmante ... ahhh a paz reina.
Aí minha mãe: “- Filha toma um banho, até alivia a dor”; eu: “-Mãe, não quero banhar, quero sentir minha dor bem aqui do jeito que estou.”; Quando minha mãe me disse “aproveita e molha a boca!” em dois segundo pulei da cama e fui, água mais gelada que sei lá o que, me molhei, mais cara como foi bom, a dor até aliviou, e eu só molhei a boca, mais foi tão bom, parecia que eu tinha tomado um litro de auga. (Porque lá no hospital não podia, tomar água nem comer nada, não sei porque).
Retornei e fui sentar na tal da bola, e fazendo os movimentos lá, que a minha vista não estava ajudando em nada, mais a fisio disse que estava, então se ela disse estava , tava né ?!
Quando vinha as dores loucas, eu só sabia chamar: Mamãe. Minha mãe chorava mais que tudo e eu nem lagrimas conseguia pensar, lembro de pedir pra ela respirar pra que eu acompanhasse a respiração dela, porque quando você sente dor, a tendência é se contrair, logo a respiração para junto e isso não ajuda em nada, por tanto, respire bem. (Minha mãe respirando chorando me doeu a alma). Daí as dores foram ficando intensas, não aguentei mais ficar na bola, a fisio ensinou uma massagem pra minha mãe fazer nas minhas costas (aaaah A MASSAGEM) Dentre todo esse tempo, deu 17h da tarde, (nem vi o tempo passar) e nada deu ter nenhum avanço, parei no 5cm de dilatação.
Daí falaram que eu iria fazer cesárea, aí fiz aquela cara de ... OPA, (tipo choque de realidade) a única coisa que deu tempo foi de orar a Deus.
Lá veio a enfermeira, trocou meu pijama me preparou toda, e lá foi eu pra sala de cirurgia, foi até engraçado, chegando lá eu ainda com contração o anestesista pediu que eu sentasse na mesa de cirurgia e tal (ele muito simpático por sinal), pediu pra eu sentar de uma maneira que só na imaginação dele que eu ia conseguir, sentar de perna reta, abaixar beem a cabeça, como quem quisesse encostar a cabeça no joelho , eu no meu pensamento: “- Meu jovem você notou que tenho a barriga maior do mundo entre a cabeça e o joelho ?” (E sentindo contração, ele pedindo pra eu apressar) Respondi pra ele baixinho: “- Só um minuto, estou com contração, contração, contração, contração...”.
Lá veio a enfermeira e abaixou minha cabeça (“forçadamente” porque eu já estava passando da hora de ter bebe), ai ele colocou a tal da temida agulha (que eu não achei o que tanto me diziam), ele pedindo pra que eu relaxasse senão não iria fazer efeito, daí você me imagina, nesta posição e ele me pedindo pra relaxar. (Mais como moço ?!) Enfim, Lyssa nasceu, foi um parto super tranquilo e não achei a cesárea tão ruim quanto me diziam ser.
Sabe de uma coisa engraçada, só me senti mãe, quando a enfermeira colocou ela do meu ladinho.
Para minha alegria minha recuperação foi tranquilíssima, até minha mae se surpreendeu (porque eu sou muito pouquinha como ela diz), o chato mesmo é não poder falar e levantar nas primeiras horas, no outro dia já estava andando super bem, o segundo dia pós parto, eu já estava dando banho em minha bebe, banhando sozinha, super bem.
Lyssa Marques Oliveira, nascida em 04.12.14 com 3,415 kg e 49 cm.
A coisa mais linda do mundo.
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